quarta-feira, 6 de junho de 2012

Os Morgans e Mona Parte Final


Quando o jovem Morgan descobre sua mulher morta sobre a porta, ele adivinha o que se passou. Então ele reflete e vai ver seu pai:

- Você matou minha esposa, acusa ele severamente.

- Sua esposa... gagueja o velho rei que começava a compreender seu engano. Mais eu não...

- Você matou minha esposa e agora, em reparação, você me dará a esposa que eu quiser.

- Não há dúvidas...

- Eu quero Mona, decide o Morgan num tom sem réplica, segurando a mão da jovem moca.

E sem olhar para o rei que sufocava de cólera, ele corre com ela. Alguns anos se passam. Mona era feliz com o Morgan, ela o amava cada vez mais. No entanto, alguns dias, ela sentia saudades do sol de cima, das pessoas de cima.

- Porque você está tão triste, minha querida?

- É que eu me inquieto. Eu queria rever meus parentes, lhes tranquilizar. Eles me amavam tanto.

O Morgan, desolado, de que seu amor não bastava para sua esposa, não diz nada. Ele não queria aprisioná-la.

- Se você quer vê-los, diz ele, vá, mas volte rápido para mim, por favor.

- Você não tem com o que se preocupar, diz Mona. Eu lhe amo mais que tudo no mundo e não saberei viver sem você.

- Então vá rápido, minha querida, sopra o Morgan, que meu pai não a veja.

E de um gesto de mão, ele desenha uma imensa ponte que se junta a terra. Infelizmente, bastou Mona colocar o pé sobre a escada que o velho Morgan apareceu. Vendo o que se passava, ele a ameaça.

- Ah... Você se vai! Vá! Mas eu te aviso: se por um acaso beijares um homem, tu não voltarás nunca mais aqui.

- Eu não beijarei nenhum homem, diz Mona sem olhar para o velho.

E ela se pôs a correr pela ponte. Quando Mona chega à casa de seu pai, ninguém a reconhece, de tanto que ela estava bonita, de tanto que ela estava ricamente vestida. Pensaram se tratar de uma fada, uma aparição, e tiveram medo.

Mona estava desolada: mais ela falava mais seus pais acreditavam que participavam de uma brincadeira dos maus espíritos. Eles estavam certos que sua filha Mona tinha se afogado, que ela estava morta há muito tempo. Então, as lagrimas rolam sobre as bochechas da moça e ela diz:

- Eu errei em acreditar que era filha de um Morgan. Vocês sempre me falaram, minha mãe, que eu era vossa filha com Fanch Kerbili.

Com essas palavras, seus pais a reconheceram. Sua mãe a abraça, a admira, seu pai a beija em plena testa. Então tão feliz de voltar a ser sua filha, Mona retribui o beijo. Mal acabando de beijar seu pai, ela esquece tudo o que viveu com os morgans. Ela volta a viver com seus pais e recomeça sua vida de antes, como se não tivesse acontecido nada.

O tempo passa. No fundo do mar, o jovem Morgan se desesperava. Ele compreendia que sua mulher estava perdida. Ele vagava sem rumo durante todo o dia. À noite, ele colocava o pé na borda da costa e contemplava a casa de sua bem amada, sem poder fazer nada.

Na casa dos kerbili, a vida tomava seu curso, e mais de um rapaz rondava a casa fazendo sua corte a mais bela das mulheres, Mona Kerbili. A reputação de sua beleza era tanta que atravessava fronteiras, jovens vinham do continente para obter o privilégio de vê-la. No entanto, Mona não conseguia se apaixonar por ninguém. Sem saber por que, ela não conseguia nem mesmo olhá-los e suspirava toda hora, o coração cheio de um desespero que ela não conseguia explicar.

À noite, deitada em sua pequena cama, ela escutava os gemidos do vento. "São as almas dos pobres afogados, acreditava ela, que se queixam". Então ela se ajoelhava aos pés de sua cama, e orava para essas pobres almas sem descanso.

Numa noite de tempestade, Mona foi despertada por um lamento trazido pelo vento. As gotas do mar batiam em sua janela, o mar estava desencadeado, escutava-o rugir, inexoravelmente violento contra os rochedos da costa. Era preciso se aconchegar mais profundo em sua cama e rezar ao céu pelos pobres marinheiros que estavam no mar. No entanto Mona sentia uma exaltação. No lugar de enterrar-se em sua cama, a tempestade parecia lhe jogar para fora.

Ela saiu. Na porta de casa, ela foi assaltada pelo vento e pela chuva, pelas ondas do mar que açoitava seu pobre corpo, e nesse sopro molhado que varria a charneca, ela escuta uma voz quente, uma voz amada que lamentava. Então tudo lhe volta, seu coração incha, seu marido bem amado chamava-a desesperadamente. Ela corre para o mar.

Desde esse dia, ninguém viu novamente Mona Kerbili. Acredita-se que ela tenha enlouquecido e se precipitado no mar em fúria. Somente seus pais adivinham o que se passou, pois desde o primeiro dia, eles reconheceram nela, as roupas de Morgan. Mas eles não falam nada. Algumas noites, se via-os passear ao longo da costa. Apesar de sua tristeza, eles não choravam, pois sabiam que sua filha, estava, enfim feliz.

Culture Bretonne - Traduzido do original em francês

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