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Quando o jovem Morgan descobre
sua mulher morta sobre a porta, ele adivinha o que se passou. Então ele reflete
e vai ver seu pai:
- Você matou minha esposa, acusa
ele severamente.
- Sua esposa... gagueja o velho rei
que começava a compreender seu engano. Mais eu não...
- Você matou minha esposa e agora,
em reparação, você me dará a esposa que eu quiser.
- Não há dúvidas...
- Eu quero Mona, decide o Morgan
num tom sem réplica, segurando a mão da jovem moca.
E sem olhar para o rei que
sufocava de cólera, ele corre com ela. Alguns anos se passam. Mona era feliz
com o Morgan, ela o amava cada vez mais. No entanto, alguns dias, ela sentia
saudades do sol de cima, das pessoas de cima.
- Porque você está tão triste,
minha querida?
- É que eu me inquieto. Eu queria
rever meus parentes, lhes tranquilizar. Eles me amavam tanto.
O Morgan, desolado, de que seu
amor não bastava para sua esposa, não diz nada. Ele não queria aprisioná-la.
- Se você quer vê-los, diz ele, vá,
mas volte rápido para mim, por favor.
- Você não tem com o que se
preocupar, diz Mona. Eu lhe amo mais que tudo no mundo e não saberei viver sem
você.
- Então vá rápido, minha querida,
sopra o Morgan, que meu pai não a veja.
E de um gesto de mão, ele desenha
uma imensa ponte que se junta a terra. Infelizmente, bastou Mona colocar o pé
sobre a escada que o velho Morgan apareceu. Vendo o que se passava, ele a
ameaça.
- Ah... Você se vai! Vá! Mas eu te
aviso: se por um acaso beijares um homem, tu não voltarás nunca mais aqui.
- Eu não beijarei nenhum homem, diz
Mona sem olhar para o velho.
E ela se pôs a correr pela ponte.
Quando Mona chega à casa de seu pai, ninguém a reconhece, de tanto que ela
estava bonita, de tanto que ela estava ricamente vestida. Pensaram se tratar de
uma fada, uma aparição, e tiveram medo.
Mona estava desolada: mais ela falava
mais seus pais acreditavam que participavam de uma brincadeira dos maus espíritos.
Eles estavam certos que sua filha Mona tinha se afogado, que ela estava morta há
muito tempo. Então, as lagrimas rolam sobre as
bochechas da moça e ela diz:
- Eu errei em acreditar que era
filha de um Morgan. Vocês sempre me falaram, minha mãe, que eu era vossa filha
com Fanch Kerbili.
Com essas palavras, seus pais a
reconheceram. Sua mãe a abraça, a admira, seu pai a beija em plena testa. Então
tão feliz de voltar a ser sua filha, Mona retribui o beijo. Mal acabando de beijar seu pai, ela
esquece tudo o que viveu com os morgans. Ela volta a viver com seus pais e recomeça
sua vida de antes, como se não tivesse acontecido nada.
O tempo passa. No fundo do mar, o jovem Morgan se
desesperava. Ele compreendia que sua mulher estava perdida. Ele vagava
sem rumo durante todo o dia. À noite, ele colocava o pé na borda da costa e
contemplava a casa de sua bem amada, sem poder fazer nada.
Na casa dos kerbili, a vida
tomava seu curso, e mais de um rapaz rondava a casa fazendo sua corte a mais
bela das mulheres, Mona Kerbili. A reputação de sua beleza era tanta que
atravessava fronteiras, jovens vinham do continente para obter o privilégio de
vê-la. No entanto, Mona não conseguia se
apaixonar por ninguém. Sem saber por que, ela não conseguia nem mesmo olhá-los
e suspirava toda hora, o coração cheio de um desespero que ela não conseguia
explicar.
À noite, deitada em sua pequena
cama, ela escutava os gemidos do vento. "São as almas dos pobres afogados,
acreditava ela, que se queixam". Então ela se ajoelhava aos pés de sua cama, e
orava para essas pobres almas sem descanso.
Numa noite de tempestade, Mona
foi despertada por um lamento trazido pelo vento. As gotas do mar batiam em sua
janela, o mar estava desencadeado, escutava-o rugir, inexoravelmente violento
contra os rochedos da costa. Era preciso se aconchegar mais profundo em sua
cama e rezar ao céu pelos pobres marinheiros que estavam no mar. No entanto Mona sentia uma exaltação.
No lugar de enterrar-se em sua cama, a tempestade parecia lhe jogar para fora.
Ela saiu. Na porta de casa, ela
foi assaltada pelo vento e pela chuva, pelas ondas do mar que açoitava seu
pobre corpo, e nesse sopro molhado que varria a charneca, ela escuta uma voz
quente, uma voz amada que lamentava. Então tudo lhe volta, seu coração incha,
seu marido bem amado chamava-a desesperadamente. Ela corre para o mar.
Desde esse dia, ninguém viu novamente Mona
Kerbili. Acredita-se que ela tenha enlouquecido e se precipitado no mar
em fúria. Somente seus pais adivinham o que se passou, pois desde o primeiro
dia, eles reconheceram nela, as roupas de Morgan. Mas eles não falam nada. Algumas
noites, se via-os passear ao longo da costa. Apesar de sua tristeza, eles não choravam,
pois sabiam que sua filha, estava, enfim feliz.
Culture Bretonne - Traduzido do original em francês
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