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Sentada no alto de um rochedo, face ao mar, Mona contemplava
as ondas, que se esmagavam nas pedras logo abaixo dela. Ela enruga os olhos
para tentar ver sobre a água, para tentar perceber enfim, o castelo dos
Morgans, que tanto lhe haviam falado. Mais o mar sempre agitado recusava deixar
escapar seu segredo.
Mona suspira
Os Morgans, diziam, eram seres belíssimos, de cabelos loiros
e cacheados, os olhos azuis e brilhantes... Mona sonhava. Diziam que às vezes,
na claridade da lua, eles vinham sobre a costa e faziam secar suas pedras
preciosas, suas moedas de ouro e seus fios de seda. Eles os estendiam num lençol branco e
podia-se olhar, na condição de não bater as pálpebras, pois desde que o olho
deixasse de ver por um instante, os tesouros desapareciam.
Se Mona Kerbili se interessava tanto aos Morgans, não era por
causa de suas riquezas; mais porque se comentava no país, que ela era sem
duvida, a filha de um Morgan. Era completamente falso, certamente; ela era simplesmente
a filha de Fanch Kerbili e de sua mulher, Jeanne. Era isso que Jeanne sempre falava.
- Então, sussurravam em suas costas, "essa pequena
Mona é muito bonita para ser filha de um ilhéu.
- Para ser tão bela assim, ele tem de ter como pai
um Morgan". Essas palavras, vinha às orelhas de Mona e ela começava a
acreditar, apesar das afirmações de sua mãe, pois é sempre agradável de
imaginar que somos melhores do que os outros. Mona não era má, mas a consciência
que ela tinha de sua beleza, acabava afetando seu julgamento.
Agora que tinha
dezessete anos e que estava na idade de se casar, ela não encontrava nenhum
rapaz que fosse digno de sua beleza. Ao menos, era o que falavam as más línguas.
Mas como saber? Talvez que, simplesmente não havia na ilha nenhum rapaz que lhe
agradasse, nenhum que ela pudesse se apaixonar. Os ilhéus eram poucos e os
rapazes casadouros não se contavam aos milhões.
Mona passeava na borda do mar e suspirava. É assim, que um
dia, vigiando o mar para descobrir o famoso castelo, ela sonhou alto. "O
marido que eu preciso, murmura ela, é um Morgan". E mal tinha pronunciado
essas palavras, ela se sente afundar na água. Ela grita assustada: um velho Morgan
a prendia pela cintura e a levava para o fundo. Mona tenta se debater, gritar, mais ninguem a
escuta.
- - Do que você tem medo? Resmungava o Morgan
colocando-a atrás dele. Não
era isso que voce queria?
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