quarta-feira, 6 de junho de 2012

Os Morgans e Mona Parte I


Sentada no alto de um rochedo, face ao mar, Mona contemplava as ondas, que se esmagavam nas pedras logo abaixo dela. Ela enruga os olhos para tentar ver sobre a água, para tentar perceber enfim, o castelo dos Morgans, que tanto lhe haviam falado. Mais o mar sempre agitado recusava deixar escapar seu segredo.

Mona suspira

Os Morgans, diziam, eram seres belíssimos, de cabelos loiros e cacheados, os olhos azuis e brilhantes... Mona sonhava. Diziam que às vezes, na claridade da lua, eles vinham sobre a costa e faziam secar suas pedras preciosas, suas moedas de ouro e seus fios de seda.  Eles os estendiam num lençol branco e podia-se olhar, na condição de não bater as pálpebras, pois desde que o olho deixasse de ver por um instante, os tesouros desapareciam.

Se Mona Kerbili se interessava tanto aos Morgans, não era por causa de suas riquezas; mais porque se comentava no país, que ela era sem duvida, a filha de um Morgan. Era completamente falso, certamente; ela era simplesmente a filha de Fanch Kerbili e de sua mulher, Jeanne. Era isso que Jeanne sempre falava.

-         Então, sussurravam em suas costas, "essa pequena Mona é muito bonita para ser filha de um ilhéu.

-        Para ser tão bela assim, ele tem de ter como pai um Morgan". Essas palavras, vinha às orelhas de Mona e ela começava a acreditar, apesar das afirmações de sua mãe, pois é sempre agradável de imaginar que somos melhores do que os outros. Mona não era má, mas a consciência que ela tinha de sua beleza, acabava afetando seu julgamento. 

Agora que tinha dezessete anos e que estava na idade de se casar, ela não encontrava nenhum rapaz que fosse digno de sua beleza. Ao menos, era o que falavam as más línguas. Mas como saber? Talvez que, simplesmente não havia na ilha nenhum rapaz que lhe agradasse, nenhum que ela pudesse se apaixonar. Os ilhéus eram poucos e os rapazes casadouros não se contavam aos milhões.

Mona passeava na borda do mar e suspirava. É assim, que um dia, vigiando o mar para descobrir o famoso castelo, ela sonhou alto. "O marido que eu preciso, murmura ela, é um Morgan". E mal tinha pronunciado essas palavras, ela se sente afundar na água. Ela grita assustada: um velho Morgan a prendia pela cintura e a levava para o fundo. Mona tenta se debater, gritar, mais ninguem a escuta.

-        - Do que você tem medo? Resmungava o Morgan colocando-a atrás dele. Não era isso que voce queria?

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