quarta-feira, 6 de junho de 2012

Os Morgans e Mona Parte II


- Eis o meu castelo, diz o velhaco. Eu sou o rei dos morgans e eu te ofereço minha hospitalidade.

- É que... murmura Mona...minha mãe vai se preocupar...

- Tivesse pensando nisso antes, rosna o velho rei.

Ele ia acrescentar que fazia muito tempo que a observava, pois ele havia reparado sua grande beleza, quando seu filho aparece. Mona sufoca. Jamais ela tinha visto em sua vida tão belo homem. Ele, a observava também, espantado e sem poder desviar seu olhar de um rosto tão charmoso.

- Meu pai, diz o jovem rapaz. É a esposa a mim destinada?

O rei dos Morgans diz com toda a sua altura: nunca! Nunca! Rosna ele raivoso. Mas, se achando diante de seu filho, ele não ousa contar que ele tinha o projeto de se casar, ele mesmo, com essa jovem moça e se contenta de resmungar:

- Um Morgan nunca se casa com uma filha da terra.

- Eu vos peço, meu pai, pede o jovem Morgan, só em vê-la, eu já me sinto emocionado e se por um acaso, ela me amasse também...

- Basta! Grita o pai. Eu trouxe essa filha da terra para fazê-la de empregada, é tudo! Existe em nosso reino, lindas morganes, o suficiente para que possas escolher uma que te agrade!

Agora que ele havia pronunciado essas palavras, o velho rei não podia mais casar-se ele mesmo com Mona. Ele estava furioso, ulcerado, doente, tão irado que se torna terrível. De inicio ele tenta aprisionar Mona, para que seu filho não a possa perceber, mas isso não serve que para deprimir o jovem homem. Então seu pai toma a decisão de casá-lo para que ele esqueça a filha da terra. Tempo perdido: o jovem homem nem mesmo olha sua noiva e continua a perguntar, como o faz todos os dias, quando seu pai lhe dará Mona como esposa.

Nunca! Nunca! Nunca! O velho rei não cedia e imaginando ver a moça da terra nos braços de seu filho, ele preferia a morte. E então, toma a decisão. Ele faz vir seu filho e lhe diz:

- Tua noiva já esperou o bastante. Amanhã, tu se casarás. Quanto à Mona, se ela quiser viver, ela deverá provar que é uma excelente serviçal, pois não quero aqui, nenhuma boca inútil. Ela preparará o jantar de núpcias, se ele não for bom, ela morrerá.

No dia seguinte, Mona foi convocada à cozinha. O velho rei lhe dá grandes conchas do mar vazias e lhe ordena de preparar um maravilhoso jantar. Depois, sem escutar a moça, ele se junta ao cortejo de núpcias que se dirigia para o casamento. O cortejo desfilava ao longo da Avenida Real, a mais bela das estradas do reino. O jovem Morgan marchava em primeiro. Ele tinha um ar leve, quase alegre, o que tranquiliza seu pai. Mais eis que nesse instante, ele para e bate na testa, rindo.

- Oh meu pai, é muito descuido: eu esqueci as alianças sobre a mesa! Eu correrei para pegá-las e voltarei.

E antes que seu pai pudesse lhe impedir, ele partiu. Ao chegar à cozinha, ele percebe Mona a chorar. Ela se joga em seus braços.

- Eu devo fazer o jantar, soluça ela, e não me deram nada para isso: nem fogo, nem nada a cozer.

- Não chore minha doce, eu estou aqui e lhe ajudarei.

Ele estende o dedo para o fogão e o fogo logo se acende. Ele toca as marmitas e elas se enchem de peixes finamente cozinhados e de suculentos molhos aos crustáceos. Depois ele diz:

- Eu lhe salvo a vida, minha doce, mas eu lhe perco, pois me casarei essa manhã. Saibas, no entanto que eu não amo que você, para sempre.

       Eles choram, mas as lágrimas não podem de nada servir, e o Morgan retorna ao cortejo.

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