A Macedônia, antiga pátria de Alexandre o grande, acaba de
ser conquistada pelos celtas. No campo gaulês, os guerreiros vencedores
celebram sua vitória com exaltação. O vinho desata as línguas e aquece os espíritos.
O chefe Brennus, se retira sozinho, a distância. Pensativo, ele olha o horizonte : «porque ficar aqui,
pensa ele. Do outro lado das montanhas, para o sul, se acha a Grécia e depois,
mais longe ainda, além do estreito, a Ásia infinita, aquela que foi o teatro
dos benefícios de Alexandre »
O exemplo do ilustre conquistador macedônio assombra desde
sempre os ambiciosos sonhos gauleses. Para seguir bem seus vastos projetos, Brennus deve convencer
seus homens; a tarefa é árdua. É necessário usar toda a sua força de persuasão,
prometer para aqueles que o seguir, a fortuna, lhes descrevendo as riquezas
das cidades gregas. Ele irá até mesmo utilizar um truque: reunindo os
prisioneiros gregos baixinhos, ele os fazem desfilar diante de sua tropa, lhes
fazendo acreditar que eles não terão nenhum mal em lutar com um monte de anões!
Cento e cinquenta mil homens na infantaria e dois mil
cavaleiros, finalmente um gigantesco exército que invade a Grécia sobre o
comando de Brennus. No entanto, um primeiro obstáculo impede o impetuoso
general : as pontes do rio Sperchios foram destruídas pelos gregos. A única doca transitável não faz menos que um metro e
sessenta de profundidade. Somente os cavaleiros podem passar sem acidente.
Alguns infantes atravessam a nado, mas a maioria utiliza seus escudos de
madeira numa espécie de barquinho improvisado.
Um pouco mais tarde, a queda da fortaleza de Heracle permite
aos gauleses de dispor de uma base certa a partir da qual eles poderão lançar
as operações, que no espírito de Brennus, devem conduzir à conquista de Delfos. Esta capital religiosa do mundo grego guarda inestimáveis
tesouros dentro do templo de Apolo.
Pelo instante, Brennus se acha bloqueado
aos pés do monte Oeta. As raras passagens estão tomadas por gregos que vieram
de diferentes cidades visando parar o invasor. Entre os gauleses, a duvida se instala, e o descontentamento
começa a ganhar esses homens poucos disciplinados. Para o general, o tempo
urge; é necessário achar uma solução antes que suas tropas o
abandonem. Uma idéia surge então no seu espírito: dois de seus tenentes partirão
com uma parte de seu exército e farão um desvio para Etolie*
Quando esses sabem que sua região se pôs a ferro e sangue, os
soldados étoliens que, com os outros gregos, guardavam o monte Oeta, se
apressam em retornar à sua pátria devastada . Era o que desejava
Brennus ! Então, acompanhado de quarenta mil homens, ele tenta o tudo ou
nada.
[continua]

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