segunda-feira, 28 de maio de 2012

O Ouro maldito de Delfos


A Macedônia, antiga pátria de Alexandre o grande, acaba de ser conquistada pelos celtas. No campo gaulês, os guerreiros vencedores celebram sua vitória com exaltação. O vinho desata as línguas e aquece os espíritos. O chefe Brennus, se retira sozinho, a distância. Pensativo, ele olha o horizonte : «porque ficar aqui, pensa ele. Do outro lado das montanhas, para o sul, se acha a Grécia e depois, mais longe ainda, além do estreito, a Ásia infinita, aquela que foi o teatro dos benefícios de Alexandre »

O exemplo do ilustre conquistador macedônio assombra desde sempre os ambiciosos sonhos gauleses. Para seguir bem seus vastos projetos, Brennus deve convencer seus homens; a tarefa é árdua. É necessário usar toda a sua força de persuasão, prometer para aqueles que o seguir, a fortuna, lhes descrevendo as riquezas das cidades gregas. Ele irá até mesmo utilizar um truque: reunindo os prisioneiros gregos baixinhos, ele os fazem desfilar diante de sua tropa, lhes fazendo acreditar que eles não terão nenhum mal em lutar com um monte de anões!

Cento e cinquenta mil homens na infantaria e dois mil cavaleiros, finalmente um gigantesco exército que invade a Grécia sobre o comando de Brennus. No entanto, um primeiro obstáculo impede o impetuoso general : as pontes do rio Sperchios foram destruídas pelos gregos. A única doca transitável não faz menos que um metro e sessenta de profundidade. Somente os cavaleiros podem passar sem acidente. Alguns infantes atravessam a nado, mas a maioria utiliza seus escudos de madeira numa espécie de barquinho improvisado.

Um pouco mais tarde, a queda da fortaleza de Heracle permite aos gauleses de dispor de uma base certa a partir da qual eles poderão lançar as operações, que no espírito de Brennus, devem conduzir à conquista de Delfos. Esta capital religiosa do mundo grego guarda inestimáveis tesouros dentro do templo de Apolo. 

Pelo instante, Brennus se acha bloqueado aos pés do monte Oeta. As raras passagens estão tomadas por gregos que vieram de diferentes cidades visando parar o invasor. Entre os gauleses, a duvida se instala, e o descontentamento começa a ganhar esses homens poucos disciplinados. Para o general, o tempo urge; é necessário achar uma solução antes que suas tropas o abandonem. Uma idéia surge então no seu espírito: dois de seus tenentes partirão com uma parte de seu exército e farão um desvio para Etolie*

Quando esses sabem que sua região se pôs a ferro e sangue, os soldados étoliens que, com os outros gregos, guardavam o monte Oeta, se apressam em retornar à sua pátria devastada . Era o que desejava Brennus ! Então, acompanhado de quarenta mil homens, ele tenta o tudo ou nada.

[continua]

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