Sempre
se escutou falar que não existiam mulheres entre os druidas, que só os homens
eram admitidos. No entanto, na história e arqueologia há muitas controvérsias
quanto à possibilidade de que um dia as mulheres foram de fato Druidesas. Mas uma
coisa é certa: as mulheres eram Vates. Chamadas de Banduaid, Banfhlaith ou
Banfhilid, as mulheres eram guardiãs do fogo sagrado.
A
classe dos Vates, na sociedade celta, se ocupava mais particularmente do culto
aos deuses, da divinação e da medicina. No entanto nada que pudesse reprimir a
influência das druidesas em outras classes sacerdotais. Algumas profetisas
tinham tanta importância na tribo celta que muitas vezes eram as conselheiras preferidas
do rei, função regularmente atribuída ao druida teólogo.
Na mitologia céltica podemos nomear diversas druidesas: Aoife, Birog,
Bodmall, Fionn, Fidelma. Muitas vezes o papel de profetisa se estendia à iniciação
guerreira e sexual dos heróis. O grande druida Gàine, que na verdade era uma
mulher, confirma o grande poder que elas exerciam sobre o povo.
Na
história Gaulesa, temos uma importante profetisa que viveu na época do
imperador romano Vespasiano (69-79 J.C.). Seu nome era Velléda – aquela
que vê –
da tribo dos Bructères [teutons], e dominava um vasto território,
recebendo tamanha veneração a ponto de sua influencia se estender até a
esfera política.
Filha do chefe Segenax, comandava exércitos e era juíza de grandes
conflitos, sendo o mais famoso, a briga entre as tribos de Cologne e Tenctères –
de forte influencia germânica. Considerada como uma deusa viva, diziam ser
filha de Sucellos e Nantosuelta.
Profetisa de Civilis* durante a rebelião entre
os Bataves** contra Vespasiano em 70 J.C foi capturada por Gaius Licinius
Mucianos, mas pelo respeito que impunha, foi tratada com clemência e levada
como prisioneira de Roma, por Gaius Rutilius Gallicus em 78 J.C, onde viveu até
a sua morte alguns anos depois.
De acordo com Tacito, “era proibido a qualquer pessoa se aproximar de
Velleda ou de lhe dirigir a palavra, como que para lembrar-lhes a veneração que
lhe era dotada. Ela ficava numa alta torre, d’onde um membro de sua família era
responsável de transmitir as questões e as respostas, como mediador dos homens
com a adorada. Muitos a tem como divindade, e assim como ela, também existiram
outras, como Aurinia sua antecedente”.
Fonte: Challamel Augustin - Vélleda, 1988.
* Gaius Julius Civilis
ou Claudius Civilis era um chefe celta mas com nacionalidade romana, como
indica seu nome. Fermentou uma rebelião de seu povo contra Roma, juntamente com
seu irmão Paulus.
** A tribo dos Bataves fazia fronteira entre a Gália romana e a Germânia,
recebendo muita influencia dos mesmos. Seu território atual é a Holanda.


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